Carboxiterapia: guia completo sobre procedimentos, indicações, efeitos colaterais, número de sessões, custos e resultados

Lembro-me claramente da vez em que marquei minha primeira sessão de carboxiterapia. Entrei no consultório desconfiada, com fotos no telefone de “antes e depois” e uma lista de perguntas na cabeça. Saí dali com pequenos roxos nas coxas, um leve desconforto por algumas horas e — o que mais me surpreendeu — uma pele com aspecto visivelmente mais firme após algumas sessões. Na minha jornada como jornalista e paciente, aprendi que resultados reais exigem paciência, protocolo adequado e um profissional qualificado.

Neste artigo você vai entender o que é carboxiterapia, como ela funciona, para quais problemas é indicada, quais são os riscos, quantas sessões normalmente são necessárias, custos aproximados, estudos que comprovam (ou questionam) sua eficácia e como escolher um bom profissional. Vou também contar detalhes práticos que ninguém te diz na primeira consulta.

O que é carboxiterapia?

A carboxiterapia é um tratamento estético minimamente invasivo que consiste na injeção subcutânea de dióxido de carbono (CO2) médico em áreas específicas do corpo. A técnica é usada para melhorar circulação local, estimular colágeno, reduzir gordura localizada e atenuar celulite e estrias.

Como a carboxiterapia funciona? (explicação simples)

Em termos práticos, a carboxiterapia age por três mecanismos principais:

  • Vasodilatação e aumento da circulação local — o CO2 provoca vasodilatação e melhora o aporte de oxigênio aos tecidos.
  • Efeito mecânico — a injeção gera distensão tecidual que favorece remodelamento e quebra de septos fibróticos (importante na celulite).
  • Estímulo à produção de colágeno — a resposta inflamatória controlada estimula fibroblastos a produzir colágeno.

Uma analogia: pense no CO2 como um “sinal” que diz ao corpo: «temos que aumentar a circulação e reparar essa área» — o corpo responde com mais sangue, oxigênio e atividade de remodelação.

Para que serve (indicações mais comuns)

  • Celulite (graus leves a moderados)
  • Gordura localizada (adiuvante, não substitui lipossucção)
  • Estrias e flacidez de pele
  • Olheiras vasculares (acúmulo vascular abaixo dos olhos)
  • Melhora da cicatrização e de circulação em áreas localizadas

O que esperar durante uma sessão?

As sessões costumam durar entre 15 e 40 minutos, dependendo da área. O procedimento é feito em clínicas e consultórios com seringas e cânulas finas conectadas a um equipamento que controla o fluxo de CO2.

Você sente uma sensação de queimação ou pressão local durante a injeção; em regiões sensíveis, pode haver desconforto moderado. Equanto paciente, recomendo vestir roupa confortável e combinar com o profissional a possibilidade de aplicar creme anestésico se necessário.

Protocolo típico e número de sessões

  • Frequência: geralmente 1 sessão por semana ou a cada 7–15 dias.
  • Duração do tratamento: 6 a 12 sessões para resultados iniciais; manutenção pode ser a cada 1–3 meses.
  • Áreas pequenas (pálpebras, olheiras): protocolo mais curto, com intervalos menores entre sessões.

Efeitos colaterais e contraindicações

Os efeitos adversos mais comuns são: equimoses (roxos), edema leve e desconforto local por algumas horas. Reações mais raras incluem infecção local e dor persistente.

Contraindicações importantes:

  • Gestação e lactação
  • Doenças respiratórias graves ou insuficiência cardíaca
  • Coagulopatias e uso de anticoagulantes sem liberação médica
  • Infecções ativas na região
  • Diabetes descompensada (avaliar caso a caso)

Quais evidências científicas existem?

A literatura mostra estudos e relatos clínicos que apontam melhora em celulite, circulação e aspectos da pele, mas a qualidade metodológica varia. Há trabalhos promissores, porém ainda são necessárias pesquisas maiores e randomizadas para confirmar magnitudes de efeito e protocolos ideais.

Se quiser verificar pesquisas, consulte bases como PubMed (pesquisa por “carboxytherapy” ou “carboxytherapy skin”) — muitas publicações estão disponíveis para leitura.

Como escolher um bom profissional e clínica

  • Procure médicos dermatologistas ou cirurgiões com experiência na técnica.
  • Verifique se o equipamento é próprio para uso médico e se o CO2 é de grau medicinal.
  • Peça para ver antes/depois documentados e referências de pacientes.
  • Evite clínicas que prometem resultados milagrosos ou que cobram preços muito abaixo do mercado.

Custos (estimativa)

O preço varia muito por cidade, região e área tratada. No Brasil, sessões podem variar de R$100 a R$800 dependendo do local e extensão. Considere sempre o custo do tratamento completo (6–12 sessões) e eventuais sessões de manutenção.

Minha experiência prática: dicas que aprendi

Quando fiz o tratamento nas coxas, segui estas recomendações que ajudaram no resultado:

  • Manter uma rotina de hidratação e evitar exposição solar nas primeiras 48 horas.
  • Não tomar anti-inflamatórios fortes sem orientação — eles podem influenciar a resposta inflamatória desejada.
  • Fotografei as áreas antes de cada sessão para acompanhar a evolução de forma objetiva.

O resultado não foi imediato, mas após 6 sessões notei melhora na textura da pele e redução discreta da depressão causada pela celulite.

Limitações e transparência

É importante ser honesto: carboxiterapia não é uma solução mágica. Em casos de celulite avançada ou excesso de pele, procedimentos complementares (radiofrequência, microagulhamento, lipoaspiração) podem ser mais adequados.

Existem opiniões divergentes na comunidade científica sobre eficácia em gordura localizada — portanto, avalie expectativas e converse com um especialista antes de iniciar.

Perguntas frequentes (FAQ rápido)

  • Dói? Há desconforto; a intensidade varia conforme a área. Cremes anestésicos podem ser usados.
  • Quando vejo resultado? Em geral entre 4–8 semanas, progressivo com sessões.
  • É seguro? Quando realizado por profissional qualificado e com CO2 medicinal, sim. Contraindicações devem ser respeitadas.
  • Quantas sessões preciso? Normalmente 6–12 sessões, com manutenção periódica.
  • Posso fazer em casa? Não. A aplicação exige material e técnica médica — evitar procedimentos DIY.

Conclusão

A carboxiterapia é uma alternativa interessante e comprovadamente útil para tratar questões como celulite, estrias, olheiras e flacidez leve. Funciona melhor quando integrada a um plano personalizado — alimentação adequada, atividade física e, quando necessário, tratamentos complementares.

Se decidir tentar, escolha um profissional com formação e experiência, tenha expectativas realistas e registre a evolução com fotos. E lembre-se: a ciência ainda avançará mais sobre protocolos ideais e eficácia em longo prazo.

E você, qual foi sua maior dificuldade com carboxiterapia? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo!

Fontes e leitura adicional: PubMed (pesquisa por “carboxytherapy”): https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=carboxytherapy ; matéria informativa sobre estética no G1: https://g1.globo.com/ (busque por “carboxiterapia”).

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