Radiofrequência: guia para reduzir flacidez e melhorar contorno facial e corporal, tipos, resultados e segurança

Lembro-me claramente da vez em que entrei numa sala de procedimento com a mesma angústia que muita gente sente: preocupação com flacidez no contorno do rosto após os 35 anos. Eu já havia testado cremes, massagens e até havia pensado em procedimentos mais invasivos. Foi a primeira experiência com radiofrequência que mudou minha percepção sobre tratamentos estéticos não cirúrgicos. A sensação imediata de aquecimento, seguida pela surpresa ao notar firmeza gradual nas semanas seguintes, me fez estudar mais a técnica — e, ao longo de uma década cobrindo clínicas e conversando com dermatologistas, vi resultados reais, limites claros e riscos que precisam ser respeitados.

Neste artigo você vai entender, de forma direta e com base na minha experiência prática e em fontes confiáveis, o que é radiofrequência, como ela funciona, para quem é indicada, tipos de equipamentos, cuidados pré e pós-procedimento, expectativas realistas e como escolher um profissional sério. Vamos lá?

O que é radiofrequência?

Radiofrequência (RF) é uma tecnologia que usa ondas eletromagnéticas para gerar calor nas camadas mais profundas da pele. Esse calor estimula a produção de colágeno e o remodeling do tecido, promovendo firmeza e melhora da textura cutânea.

Como a radiofrequência age na pele?

Imagine o colágeno como as vigas de sustentação de uma casa. Com o tempo, algumas vigas enfraquecem. A radiofrequência aquece de forma controlada as “vigase” (as fibras de colágeno), fazendo com que encolham e estimulem a produção de novas fibras mais organizadas. O resultado é uma pele mais firme e com menos flacidez.

Por que funciona

  • O calor controlado causa contração imediata do colágeno e ativa fibroblastos (células que produzem colágeno).
  • Ao longo de semanas, há remodelação tecidual, com melhora progressiva do contorno e da textura.

Tipos de radiofrequência e quando cada uma é indicada

Nem todas as RFs são iguais. Conhecer as variações ajuda a escolher o tratamento adequado.

Monopolar

Penetra mais profundamente, indicado para tratar flacidez moderada a severa e áreas corporais (como abdome, braços). Pode causar mais desconforto e exige profissional experiente.

Bipolar / Multipolar

Atuam em profundidades médias, muito usados em tratamentos faciais para melhora de textura, linha de mandíbula e pescoço.

Radiofrequência microagulhada (skin needling + RF)

Combina microagulhas com RF fracionada. Permite maior precisão e melhora de cicatrizes de acne, poros dilatados e flacidez. A recuperação costuma ser mais intensa que a RF convencional, mas os resultados podem ser superiores em alguns casos.

Fracionada

Atua em regiões segmentadas da pele, promovendo remodelação mais intensa com menos dano superficial.

Indicações comuns

  • Flacidez facial (bochechas, mandíbula, pescoço)
  • Melhora do contorno corporal (interno de braços, abdome, coxas)
  • Celulite — melhora em graus leves a moderados quando combinada com outras terapias
  • Redução de poros e melhora de textura
  • Melhora de cicatrizes de acne (especialmente com RF microagulhada)

O que esperar: sessão, dor e resultados

As sessões variam entre 20 e 60 minutos, dependendo da área. A sensação costuma ser de aquecimento progressivo; muitos descrevem como desconforto moderado.

  • Protocolos: normalmente são necessárias de 3 a 8 sessões, espaçadas entre 2 a 6 semanas.
  • Resultados: costumam aparecer progressivamente, com melhora notável entre 6 a 12 semanas após as primeiras sessões, devido à produção de novo colágeno.
  • Durabilidade: os efeitos podem durar meses a anos, dependendo da idade, estilo de vida e cuidados; sessões de manutenção são recomendadas.

Segurança e efeitos colaterais

Quando realizada por profissional qualificado e com equipamento regulamentado, a radiofrequência é considerada segura. Porém, existem efeitos colaterais possíveis:

  • Vermelhidão e edema temporário
  • Queimaduras ou hiperpigmentação se aplicado incorretamente
  • Desconforto durante e pouco após o procedimento

Por isso, a escolha do equipamento (com certificação) e do operador faz toda a diferença.

Contraindicações

  • Gestantes
  • Pessoas com marca-passo ou dispositivos eletrônicos implantáveis (dependendo do tipo de RF)
  • Infecções ativas na área tratada
  • Pele muito bronzeada ou uso recente de ácidos/peelings agressivos sem intervalo adequado
  • Distúrbios de cicatrização ou predisposição a quelóides — avaliar caso a caso

Como escolher clínica e profissional

Alguns passos práticos que eu sempre faço antes de indicar ou realizar um procedimento:

  • Verifique se o profissional é médico (dermatologista ou cirurgião plástico) ou fisioterapeuta estético com supervisão médica, dependendo da legislação local.
  • Pergunte sobre o modelo do equipamento e se ele possui certificação Anvisa/FDA.
  • Peça fotos de antes e depois de pacientes com características semelhantes às suas.
  • Peça explicação sobre número de sessões, expectativa realista e custos de manutenção.
  • Leia avaliações e converse com pacientes que já fizeram o tratamento.

Cuidados pré e pós-procedimento

  • Pré: evitar bronzeamento e certos tratamentos agressivos nas semanas que antecedem.
  • Pós: proteger do sol com filtro (essencial), evitar calor excessivo nas primeiras 48–72 horas, usar hidratantes indicados pelo profissional.

Quanto custa?

O custo varia muito conforme a clínica, o equipamento e a extensão da área tratada. Em geral, preços por sessão no Brasil podem variar amplamente — do valor acessível em clínicas populares a preços elevados em centros de estética premium. O importante é não sacrificar segurança por preço.

Perguntas frequentes (FAQ rápido)

1. Radiofrequência dói?

Depende da tolerância: é mais desconforto que dor para a maioria. Alguns aparelhos têm resfriamento ou anestesia tópica para reduzir o incômodo.

2. Quando vejo resultados?

Algumas pessoas notam firmeza imediata (contração do colágeno), mas a melhora contínua ocorre nas 6–12 semanas seguintes.

3. Preciso combinar com outros tratamentos?

Simbora: resultados costumam ser melhores quando RF é combinada com tratamentos complementares (preenchimentos, bioestimuladores, microagulhamento), sempre com avaliação profissional.

4. Quantas sessões preciso?

Normalmente entre 3 e 8, dependendo da tecnologia e do objetivo.

5. Existe risco de queimadura?

Sim, se o aparelho for mal calibrado ou o operador inexperiente. Por isso escolha bem o profissional.

Minha recomendação prática

Se sua maior preocupação é flacidez leve a moderada e você quer evitar cirurgia por enquanto, a radiofrequência é uma opção válida e comprovada para muitos casos. Procure um profissional qualificado, alinhe expectativas e considere um protocolo com manutenção. Eu mesma acompanhei pacientes cujo contorno facial melhorou significativamente sem necessidade de procedimentos invasivos imediatos — mas também vi casos em que cirurgia era a solução mais adequada. Transparência é tudo.

Conclusão

A radiofrequência é uma ferramenta poderosa dentro do arsenal de tratamentos estéticos não invasivos. Funciona ao estimular colágeno por meio do calor controlado, possui variações técnicas (monopolar, bipolar, microagulhada) e pode oferecer resultados satisfatórios quando usada corretamente. Mas não é mágica: escolhas erradas de equipamentos, operadores ou expectativas podem levar a decepções ou complicações.

Resumo rápido:

  • O que faz: aquece a pele para estimular colágeno.
  • Indicação: flacidez leve a moderada, melhora de textura e cicatrizes quando adequada a técnica.
  • Riscos: desconforto, vermelhidão, raramente queimaduras — mitigáveis com profissional habilitado.

FAQ final — dúvidas comuns

  • Posso fazer RF no rosto e no corpo? Sim, com protocolos diferentes.
  • Preciso de tempo de recuperação? Pouco; retorno às atividades é rápido, salvo no caso de RF microagulhada.
  • É definitivo? Não; é duradouro, mas depende de manutenção e envelhecimento natural.

E você, qual foi sua maior dificuldade com tratamentos para flacidez ou radiofrequência? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo — vou ler e responder com prazer.

Fonte de referência consultada: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) — https://www.sbd.org.br/

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